domingo, abril 1

Guerra nas Comunicações

Após ter o feito artigo que falo sobre o possível fiasco da Copa do Mundo aqui no Brasil em 2014, o presidente da CBF Ricardo Teixeira anunciou (12/03/2012) a renuncia do cargo que ocupava desde 1989.
A Rede Globo fez elogios ao agora ex – presidente da entidade, relatando os benefícios feitos ao longo dos anos, entre as quais, o tetra – campeonato na Copa do Mundo de Futebol de 1994 e o penta na Copa de 2002 e o aumento do número de patrocínios a seleção brasileira hoje que é em torno de 10.
Ricardo Teixeira alegou problemas de saúde a motivação da renuncia, mas por trás da renuncia é o aumento de desafetos criado ao longo dos anos, esquemas de corrupção que o envolve ao longo dos anos a frente da entidade.
Que resultou em vários protestos de torcidas organizadas em todo o país e do mundo todo, inclusive do presidente da FIFA Joseph Blatter (que também é outro corrupto), até a presidente Dilma Rousseff passou a ignorá-lo, pois ela não é o Lula que teve o seu governo marcado com companheirismo e “amigos” corruptos que o rodeava, incluindo o próprio Teixeira, em busca de benefícios ou troca de favores.
E mais uma vez foi marcada a guerra entre as duas emissoras, a Globo e a Record, a primeira noticiou e fez uma espécie de agradecimentos como foi retratado anteriormente, e a segunda mostrou as inúmeras denuncias que envolve o agora ex – presidente da CBF, envolvendo inclusive a Rede Globo pelo fato do mesmo ter afirmado que não se preocupava com as denuncias da Record, enquanto não fosse feito pelo Jornal Nacional na emissora carioca, mostrando o envolvimento de ambos no suposto esquema de corrupção comandado por Ricardo Teixeira.
Essa guerra entre as duas emissoras não vem de hoje, e começou quando a Globo fez denuncias envolvendo o Bispo Edir Macedo da Igreja Universal e um dos donos da Record, com os crimes de lavagem de dinheiro e a transferência dos dízimos da igreja dado pelos fieis a emissora (Record), que está sendo investigado pelo Ministério Público Federal – SP, em resposta, a emissora paulista atacou a Globo com denuncias sobre a fundação da emissora na época da ditadura militar, envolvimento do Roberto Marinho com os generais, a perseguição da emissora aos políticos, entre eles o Leonel Brizola quando foi governador do Rio de Janeiro e a tentativa de prejudicar a eleição ao governo do RJ em 1982 pelo qual foi eleito e Luís Inácio Lula da Silva nas eleições de 1989 que a emissora notoriamente apoiou o Fernando Collor de Melo que foi eleito naquele ano Presidente da República e muitos atos espúrios que envolve a emissora carioca.
Ano passado (2011) a Rede Record teve o direito exclusivo de transmitir os jogos pan – americano de Guadalajara – México, a Rede Globo boicotou o evento esportivo ao não noticiar os fatos ocorrido durante os jogos, e quando noticiava, era de forma rápida e superficial.
Isso ocorre porque a emissora carioca está entre as 5 (cinco) maiores emissoras do mundo e lidera nas audiências em maioria de seus programas, tendo o enorme poder de manipulação principalmente entre as classes menos esclarecidas e mais pobres.
Enquanto a Record cresceu bastante nos últimos anos, isso se deve a contração de muitos artistas e jornalistas que já trabalharam na emissora carioca, como o Paulo Henrique Amorim e Ana Paula Padrão, por exemplo, e tem inovado em suas programações no intuito mesmo de competir com a emissora, que nem o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) do Silvio Santos durante anos foi apontada como a líder na vice-liderança, ficando atrás apenas da Globo, nunca ousou em desafiar a emissora da família Marinho.
Não estou aqui defendendo a Record e muito menos a Globo, porque ambas emissoras com os seus donatários Edir Macedo e a família Marinho respectivamente são da elite desse país que usam interesses pessoais em detrimento da opinião pública e do interesse público, a última eleição para presidência da república em 2010 ficou a prova da guerra entre as duas emissoras.
A emissora paulista apoiou a atual presidente Dilma Rousseff do PT (Partido dos Trabalhadores) enquanto a emissora carioca apoiou o candidato José Serra do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), em que a Globo para prejudicar a candidata do PT e jogando contra a opinião pública (eleitores), acusou Dilma de ser favorável ao aborto, pelo fato do brasileiro ter fortes raízes culturais ligados a igreja, principalmente ao aborto em que a maioria da população é contra devido as convicções religiosas e em contrapartida a Record acusou a mulher do José Serra através de ex-alunas de faculdade em que foi professora de ter feito o aborto na época em que o mesmo esteve exilado no Chile durante a ditadura militar no Brasil com o consentimento do próprio marido (José Serra).
Essa guerra de certa forma é interessante, parafraseando o Lula, “Nunca na história deste país” houve uma guerra entre as duas emissoras, a Globo nunca foi desafiada antes, nem mesmo pelo SBT que durante anos foi apontada a 2º maior emissora do país, as acusações contra a o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Ricardo Teixeira pela Record é a prova disso, enquanto a Globo simplesmente silenciava e ocultava as denuncias, e serve de via paralela para os telespectadores para terem maiores informações acerca das noticias em telejornais nas duas ou mais outras emissoras, e isso faz parte do jogo democrático do jornalismo e no sistema de comunicação, que a internet surgiu para quebrar o monopólio das grandes emissoras deste país.